O DESEJO CRESCE
O desejo cresce inseguramente
Na confusão da carne
Sem palavras, em gestos
Com gosto a sangue e a carne
Na sombra e na calada da noite
Cresce o crepúsculo de um espelho
Na janela do quarto, voa uma cortina de seda
Quando a noite destaca-se sente-se
A carne que tem o travo da saliva
Saliva sabe a carne desejada
Não existe o mundo lá fora
Só os nossos corpos
Genuínos e inalteráveis
Os gemidos de paixão e amor
Que corre como águas para os rios
Paz exterior das folhas
Que dormem no silêncio na hora da posse
Quando a força de vontade ressuscita
Dentro de nossas almas ilumina-se
Com a luz da palavra despedida
Cresce tomando tudo no teu regaço
Deitados nas noites, à luz das trevas.!
Isabel Morais Ribeiro Fonseca